sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O meu pai

Não é tanto pelas palavras, mas mais pelo seu exemplo de vida, que ele me tem ensinado a ser positiva e a ter sempre esperança.

A vida dele é, antes de mais nada, um apelo vivo de que tudo é possível.

Cegou com 24 anos, depois de ter combatido no Ultramar. Casou teve os seus filhos já cego. Ensinou-nos a conduzi-lo e, com quatro anos, já nós (eu e o meu irmão) iamos a Lisboa sózinhos com ele, onde quer que fosse.

Perdeu o meu irmão mais velho, "viu" o meu irmão mais novo ser destruído por uma doença incurável, e manteve-se ao lado da minha mãe durante a sua agonia com o cancro. Meses depois de ter enviuvado, descobre-se também com um cancro, mas "apanha-o" a tempo e trata-se.

Vive sozinho, visita todos os dias o meu irmão no lar (ou, quando calha, no Hospital - para onde tem de ir ocasionalmente para ser reavaliado).

Mantém uma energia invejável, todos os dias faz exercício físico e, no que lhe é possível, cuida da casa e da roupa - ele passa a ferro como ninguém, acreditem!

Se ele está deprimido? Nunca o vi baixar os braços para nada!

Ajudo-o no que posso, mas reconheço que deveria fazer muito, mas muito mais por ele. Porque aquilo que ele me dá nunca poderei compensar.

Mas os pais são assim mesmo: o amor deles é incondicional. E eu sinto-me uma sortuda pelo excelente pai que Deus me deu.

2 comentários:

  1. Tens um pai herói.
    O meu também era um pai muito presente. Faleceu há quase 10 meses, infelizmente de um dia para o outro, sem se saber do quê :(
    Mima-o muito, porque ele merece.
    Li num livro: "Nunca espere o agradecimento de um filho, até que ele próprio seja pai" e é bem verdade. Só depois lhes damos valor.

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