sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Too young, too fast

Estava ontem a fazer zapping, quando me deparo com um programa do Dr Phil na sic mulher. Já havia algum tempo que não via este programa (sim, é sensacionalista, concordo, mas traz questões muito interessantes que devem dar que pensar), e o de ontem chamou-me a atenção: uma miúda de apenas 14 anos que sera sexualmente promíscua.

Como mãe de uma menina, e pensando no dia de amanhã - que não é tão longínquo quanto isso, pois o tempo passa a correr -, esta temática dá-me cá volta ao miolo.

Por muito apoio, amor, companheirismo, conversa e instrução que possamos dar aos nossos filhos, o apelo ao sexo é de tal forma esmagador que os miúdos, entrando na adolescência, parecem compelidos a fazê-lo sob pena de serem marginalizados do grupo, e até de ficarem com a auto-estima comprometida.

Portanto, não vale a pena proibi-los do que quer que seja: não só eles o farão na mesma, como, ao se sentirem condicionados, ainda farão pior (para se rebelarem contra os pais).

Ora, eu acho que o sexo não é só uma questão de corpo. Não somos animais simples, temos um cérebro complexo. Não temos só sexo para procriação, pois retiramos dele mais que apenas esse fim. E isto é uma faca de dois gumes: se por um lado é positivo, por outro exige alguma maturidade para o integrar na nossa vida, de forma responsável.

E é aqui que bate o ponto: a sociedade mune os miúdos de todas as ferramentas e mais algumas para terem sexo, menos a maior e mais necessária: a responsabilidade. E isto exige mais que ter corpo. Ora, a adoelscência é aquele período em que "andamos a arrumar a casa", em que as hormonas andam aos saltos, mas a nossa cabeça ainda mal saiu da infância e das brincadeiras de bonecas (falando nas raparigas, evidentemente). Como é que estas miúdas encaram o sexo responsável? Apenas por tomar a pílula ou usarem o preservativo? É uma parte da responsabilização, mas não é tudo. E se engravidarem? E se apanharem uma doença (todos sabemos que o preservativo não é 100% seguro) ?

É isto que me mete alguma apreensão como mãe.

Se calhar, tento é fazê-la perceber que sobre a vida íntima de cada um ninguém tem que opinar ou ficar a saber de pormenores. Porque esta é também uma parte do problema: fazer do que é íntimo e pessoal algo banal e quase público. Daí à banalização e imposição do sexo vai um passo.

2 comentários:

  1. Nunca vejo esse programa do Dr. Phil, que me parece mais charlatão e sensacionalista do que o habitual nesses programas, pelo pouco que vi em zip-zap, antes de saber o que era!

    Casos insólitos haverá sempre, mas parece-me que ainda é muito cedo para te preocupares com a tua filhota. Aliás, há preocupações que não vale a pena ter antes delas se revelarem.

    Aos poucos e conforme ela for crescendo (o que também é válido para o irmão) vais-lhe falando desses assuntos, mas sem carregar muito na tecla. Apesar de tudo, isto aqui ainda não é a América, onde se fala mais de comportamentos sexuais anómalos do que nos mais comuns. ;)

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  2. Ah, sim, sem dúvida. Mas a minha Sara já anda com umas perguntas jeitosas. Eu tento explicar-lhe as coisas conforme a idade dela.

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