Nunca quis. Por isso, sempre procurei um trabalho que me possibilitasse tempo para a minha vida, e não muito dinheiro.
Já me perguntaram se me sinto realizada por ter o trabalho que tenho. E eu digo que sim, porque faz parte de um projecto muito maior que é a minha vida pessoal. A minha vida não é, nem nunca foi, o meu trabalho. Faz parte integrante, mas não é o meu trabalho.
Por isso, gosto do que faço. Porque tem o seu lugar, a sua importância, porque está ao meu serviço e não sou eu quem está ao serviço do meu trabalho. E, por muito paradoxo que isso seja, ajuda-me a ser boa profissional, a procurar fazer melhor cada dia. É aproveitar ao máximo o tempo disponível, para evitar ficar depois da hora, por exemplo.
É por isto mesmo que defendo que tirar feriados é um tiro no pé, se querem aumentar a produtividade dos portugueses. O que ajudava era exactamente fazer mais e melhor com o tempo que está estipulado já. Assim, vai continuar mais do mesmo: mais dias para a dispersão e não para a produtividade. Pior: dispersão e má vontade!
Sempre esteve nos meus planos ter uma carreira...mas nos ultimos tempos ando aqui a derrapar, não ando nem desando...o raio dos planetas nunca mais alinham!
ResponderEliminarPlanetas alinhados, diz que só lá para dia 21 de Dezembro. Mas como também diz que nesse dia o mundo, supostamente, dá o "peido mestre"... :P
EliminarMais que planetas alinhados, é preciso que a cabeça dos nossos governantes fique com as ideias alinhadas, que isto não tem por onde se pegue!
21 de Dezembro??? Ete ano não há prendas de natal para ninguém!!!
ResponderEliminarNem mais. ;)
EliminarComo já comentei num post anterior, eu dou acima de tudo, maior importância à família, o meu maior projecto.
ResponderEliminarO meu trabalho serve para ganhar dinheiro, simplesmente.
Não posso dizer que me realizo com o que faço.
Realizo-me sim, em ser mãe, mulher, filha, irmão, tia...
Para mim, o mais importante é a família.
Por isso, entro a horas e saio a horas.
Há muitas como nós com medo de o assumir, Kyla. Porque parece mal - justificando a intolerância com a luta das mulheres - uma mulher querer ficar em casa (por exemplo) a cuidar dos filhos. É uma estupidez, eu acho. Tão legítimo é querer ser uma mãe a tempo inteiro como uma trabalhadora a tempo inteiro.
EliminarJá viste se todos fossemos doutores e engenheiros?
EliminarTinhamos doutores a varrer o lixo nas ruas, engenheiros a serem coveiros...e outros trabalhos tão dignos como estes e que na sua falta, tanta diferença fazem.
Basta ver, por exemplo, quando fazem greve dos cantoneiros, o lixo que se acumula nos contentores. Só aí nos apercebemos do quão importantes são.
O problema, Kyla, é que ainda existe na nossa mentalidade, a questão do estatuto que ser "doutor e engenheiro" traz. E, sim, vês aí muitos licenciados a virarem-se em call-centers precisamente porque há oferta demenos para "doutores" a mais. É esse o resultado. Eu sou recepcionista e gosto disto. Se a minha formação académica tem a ver com isto? Não. Mas basta-me uma fonte honesta de rendimento.
EliminarAdmiro a tua postura em relação ao emprego. Hoje em dia, sacrifica-se a família em favor da carreira. Não sei se está certo, embora as mulheres se queixem de serem discriminadas no acesso a lugares de chefia, e para não o serem têm mesmo que se dedicar ao seu trabalho, muitas vezes negligenceando maridos e filhos. Ainda não consegui apurar a possibilidade de conciliar ambas as coisas, sabendo-se que hoje, na maior parte dos empregos que implicam grandes responsabilidades - que são os que dão acesso a boas carreiras - exigem uma dedicação de quase 24 horas por dia.
ResponderEliminarNão se pode ter tudo, é mesmo assim. Se as mulheres aspiram a uma carreira que implique o sacrifício da família, terão de se decidir por aquilo que querem. Ter uma família não é uma obrigação, e para a ter e depois não querer mantê-la porque a carreira é mais importante, mais vale nem formá-la...
EliminarConcordo a 100% contigo! É preciso trabalhar, mas o trabalho não é a parte mais importante da nossa vida.
ResponderEliminarE quanto aos feriados ainda mais: qual é a produtividade que tem um trabalhador que já de si se dispersa, se ainda por cima vai trabalhar de má vontade? Esta gente parece que pensa com os pés... :P