quarta-feira, 21 de março de 2012

Não quero fazer carreira

Nunca quis. Por isso, sempre procurei um trabalho que me possibilitasse tempo para a minha vida, e não muito dinheiro.

Já me perguntaram se me sinto realizada por ter o trabalho que tenho. E eu digo que sim, porque faz parte de um projecto muito maior que é a minha vida pessoal. A minha vida não é, nem nunca foi, o meu trabalho. Faz parte integrante, mas não é o meu trabalho.

Por isso, gosto do que faço. Porque tem o seu lugar, a sua importância, porque está ao meu serviço e não sou eu quem está ao serviço do meu trabalho. E, por muito paradoxo que isso seja, ajuda-me a ser boa profissional, a procurar fazer melhor cada dia. É aproveitar ao máximo o tempo disponível, para evitar ficar depois da hora, por exemplo.

É por isto mesmo que defendo que tirar feriados é um tiro no pé, se querem aumentar a produtividade dos portugueses. O que ajudava era exactamente fazer mais e melhor com o tempo que está estipulado já. Assim, vai continuar mais do mesmo: mais dias para a dispersão e não para a produtividade. Pior: dispersão e má vontade!

11 comentários:

  1. Sempre esteve nos meus planos ter uma carreira...mas nos ultimos tempos ando aqui a derrapar, não ando nem desando...o raio dos planetas nunca mais alinham!

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    1. Planetas alinhados, diz que só lá para dia 21 de Dezembro. Mas como também diz que nesse dia o mundo, supostamente, dá o "peido mestre"... :P
      Mais que planetas alinhados, é preciso que a cabeça dos nossos governantes fique com as ideias alinhadas, que isto não tem por onde se pegue!

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  2. 21 de Dezembro??? Ete ano não há prendas de natal para ninguém!!!

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  3. Como já comentei num post anterior, eu dou acima de tudo, maior importância à família, o meu maior projecto.
    O meu trabalho serve para ganhar dinheiro, simplesmente.
    Não posso dizer que me realizo com o que faço.
    Realizo-me sim, em ser mãe, mulher, filha, irmão, tia...
    Para mim, o mais importante é a família.
    Por isso, entro a horas e saio a horas.

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    1. Há muitas como nós com medo de o assumir, Kyla. Porque parece mal - justificando a intolerância com a luta das mulheres - uma mulher querer ficar em casa (por exemplo) a cuidar dos filhos. É uma estupidez, eu acho. Tão legítimo é querer ser uma mãe a tempo inteiro como uma trabalhadora a tempo inteiro.

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    2. Já viste se todos fossemos doutores e engenheiros?
      Tinhamos doutores a varrer o lixo nas ruas, engenheiros a serem coveiros...e outros trabalhos tão dignos como estes e que na sua falta, tanta diferença fazem.
      Basta ver, por exemplo, quando fazem greve dos cantoneiros, o lixo que se acumula nos contentores. Só aí nos apercebemos do quão importantes são.

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    3. O problema, Kyla, é que ainda existe na nossa mentalidade, a questão do estatuto que ser "doutor e engenheiro" traz. E, sim, vês aí muitos licenciados a virarem-se em call-centers precisamente porque há oferta demenos para "doutores" a mais. É esse o resultado. Eu sou recepcionista e gosto disto. Se a minha formação académica tem a ver com isto? Não. Mas basta-me uma fonte honesta de rendimento.

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  4. Admiro a tua postura em relação ao emprego. Hoje em dia, sacrifica-se a família em favor da carreira. Não sei se está certo, embora as mulheres se queixem de serem discriminadas no acesso a lugares de chefia, e para não o serem têm mesmo que se dedicar ao seu trabalho, muitas vezes negligenceando maridos e filhos. Ainda não consegui apurar a possibilidade de conciliar ambas as coisas, sabendo-se que hoje, na maior parte dos empregos que implicam grandes responsabilidades - que são os que dão acesso a boas carreiras - exigem uma dedicação de quase 24 horas por dia.

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    1. Não se pode ter tudo, é mesmo assim. Se as mulheres aspiram a uma carreira que implique o sacrifício da família, terão de se decidir por aquilo que querem. Ter uma família não é uma obrigação, e para a ter e depois não querer mantê-la porque a carreira é mais importante, mais vale nem formá-la...

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  5. Concordo a 100% contigo! É preciso trabalhar, mas o trabalho não é a parte mais importante da nossa vida.

    E quanto aos feriados ainda mais: qual é a produtividade que tem um trabalhador que já de si se dispersa, se ainda por cima vai trabalhar de má vontade? Esta gente parece que pensa com os pés... :P

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