Eu deveria ter uns 16 anos.
Lembro-me que era Setembro, depois de ter passado umas duas semanas na terra da minha falecida mãe, na Beira Alta.
Lembro-me de acordar de noite, a chorar. De chorar por tudo e por nada, da sensação de angústia permanente, de solidão dolorosa, de abandono. Lembro-me da apatia, de não conseguir sentir nada sem ser aquele desespero do qual procurava fugir e não conseguia.
Os meus pais perguntavam-se o que tinha, estavam preocupados e, em certas alturas, até zangados por se sentirem desorientados com aquele meu estado.
Mas foi o meu irmão que reparou mais além e começou a "forçar-me" a sair de casa. Pedía-me que fôssemos dar uma volta a pé, que falasse com ele. Nessas alturas, em sentia um alívio temporário para chegar a casa e sentir tudo outra vez.
Um dia, por um acaso, entro numa livraria e reparo no título de um livro. Sempre fui muito céptica no que toca a estes livros de "auto-ajuda", mas não sei a razão, senti logo ali que deveria levar aquele livro comigo, que tinha de o ler!
E assim fiz. Cheguei a casa e comecei a "devorá-lo". Se pudesse comparar-me a um puzzle por completar, diria que as palavras deste livro eram as peças que faltavam encaixar no que estava incompleto em mim. Palavra por palavra, tudo me fez sentido.
Independentemente das nossas crenças religiosas, espirituais, políticas, etc...acho que deveríamos todos ler este livro. Não para o seguir cegamente, mas sim para confrontarmos a exposição e crença do autor connosco, com o nosso quotidiano.
O que me fez o tal "clic" foi perceber e interiorizar que a minha felicidade não depende de mais ninguém sem ser de uma pessoa: eu mesma. E é muito bom ter esse poder.
Ao tomar consciência disso, apercebi-me que não há nada que não esteja ao nosso alcance e que a nossa liberdade de escolha não tem limite! Há sempre alternativas, não há becos sem saída! Mas que se temos essa liberdade, é porque também temos em nós a capacidade de assumi-la (responsabilidade pelas escolhas feitas).
O que a leitura desse livro me devolveu foi a minha auto-estima, a minha segurança. E que não devo ter medo de sentir isto, ou aquilo, mas que devo pegar precisamente nesses sentimentos, ir mais além e procurar a raíz do que sinto para poder crescer.
Crescer é a palavra de ordem para sermos felizes. Verdadeiramente felizes!
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