Não percebo por que razão as pessoas mais depressa falam com amigos e familiares (ou até desconhecidos na "térnete") sobre si, a sua relação e o seu companheiro do que com o próprio visado da história.
O casamento / relacionamento com alguém não pressupõe intimidade? E a intimidade não é só sexo. O sexo é o materializar de uma nudez que deve ser maior: a do nosso interior, o que somos. Sem isso, passa mesmo só a ser nudez física, sem intimidade, apenas um acto mecânico, uma necessidade física.
É evidente que depois, ao longo dos anos, o nosso corpo, palmilhado ao mílimetro, deixa de ser novidade e de ter interesse. Acaba por cansar. E acaba por abrir brechas por onde podem entrar outros focos de atenção.
Se nos mostrarmos "nús", isto é, sem defesas e sem segredos aos nossos companheiros, deixando-os ver o que mais ninguém vê, há novidades todos os dias. Passamos de estranhos a dois seres que se comungam todos os dias, passamos de estarmos apaixonados somente para estarmos enamorados. É a coisa mais difícil, quanto a mim, numa relação: ter intimidade, desta intimidade. Só assim sabemos o que é amar e ser amado. Porque damos tudo o que temos: nós mesmos.
Se eu me esconder dele, ele não me amará. Amará só aquilo que eu quero que ele ame. Só que o jogo do "esconde-esconde" não dura. E, mais tarde, amargará na boca saber que, afinal, não sabemos já quem temos ao nosso lado. Ou que, talvez, nunca tenhamos sabido.
Oi, Ana. Nossa, meu texto mexeu com vc. Eu converso com meu noivo, sim. Ele lê o blog. Mas, como eu disse, sinto falta dessa intimidade de q falas, pq ele é q se defende de mim, e não o contrário. Talvez pq ele tenha tido uma criação mais cheia de puderes, pq os pais dele não conversassem... E concordo com vc, q se a gente só mostra algumas coisas, o outro só pode amar aquilo q está ali, não o q está escondido.
ResponderEliminarBeijos da Taís.
Pudores, não "puderes"... =P
ResponderEliminarFantástico, Ana.
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