quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

40 dias antes da Páscoa

Começa hoje o período da Quaresma.

É um período importante: convida à reflexão, a que pensemos mais no sentido da vida e na própria morte.

Não percebo a razão de, numa sociedade que se diz muito liberta e resolvida, a morte continuar a ser tabú. Talvez se pensássemos mais nela, levássemos os outros mais em consideração.

Por se pensar pouco na finitude das coisas, magoamos demais os outros. Se parássemos para pensar que cada um é único e que, ao finar-se, nunca mais haverá outra pessoa assim, talvez dessemos ao amor o seu verdadeiro sentido, tão nos antípodas de como a esmagadora maioria o concebe.

Talvez fujamos de pensar na morte porque, na verdade, talvez estejamos a fugir da própria vida. Afinal, a morte encerra a pergunta: "O que foi a tua vida?"

2 comentários:

  1. Andamos tão ocupados com as coisas da vida, que nos esquecemos da sua essência.
    Acho que só conseguiríamos responder à tua pergunta: "O que foi a tua vida?", se já fora dela (ou seja, mortos), pudessemos relembrá-la e analisá-la como se de um filme se tratasse.

    Há um ano morreu uma das pessoas mais importantes da minha vida.
    Só aí me dei conta que o nosso corpo nada mais é do que uma embalagem. A nossa essência é o nosso espírito. Quando ele parte, o corpo é uma roupa sem vida.

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    1. Eu digo que essa pergunta que a morte nos faz é como um espelho. Não podemos responder depois de mortos, mas, enquanto vivos, podemos redireccionar a nossa vida se pensarmos nesta pergunta.

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