quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Da roupa

Nunca fui uma fashion victim. Sempre vesti e calcei coisas de que gostava, não me importando muito com convenções inventadas por terceiros. A minha felicidade é que os meus gostos são relativamente "aceitáveis", nada extravagantes, muito simples e clássicos.


Na verdade, visto-me um pouco a "despachar". Calças ou saia, uma camisa e um casaco, umas botas ou sapatos e estou pronta.


Mas, ultimamente, tenho andado a matutar nisto: bolas, já não sou uma miúda que veste umas calças de ganga e uma camisola, umas sabrinas, usa uma daquelas mochilinhas e está pronta. Cheguei à conclusão que tenho de ser um pouco mais selectiva. Não me vou pôr a comprar coisas, mas sim a aproveitar o que realmente me faz falta e que está no armário de lá de casa. Não tenho montes de roupa - bem pelo contrário - mas também não tenho espaço para amontoar coisas de que não preciso.


Ter pouca roupa, mas aproveitá-la bem, isto é, vestir-me de acordo com a minha idade, sobretudo quando venho trabalhar. Evidentemente, em casa, com os miúdos, é a desbunda total, mas no trabalho - e é isso que me dá que pensar - a conversa tem, necessariamente, de ser outra, até porque trabalho numa posição em que, obrigatoriamente, tenho de andar apresentável.


Para este fim-de-semana arranjei uma tarefa: rever o que há no armário e em caixas onde guardo roupa que raramente uso, e toda a roupa que não preencha requisitos mínimos (ou tem nódoas impossíveis, ou está muuuito gasta ao ponto de parecer que é vestida por uma mendiga) vai borda fora. Sim, porque para dar roupa, não dou a que está em manifesto mau estado. E até para se estar em casa, não devemos parecer umas desleixadas.


Com a roupa que ficar, revejo se precisa de baínha ou de uma passagem mais agressiva com o rolo autocolante - sim, que quem tem animais em casa sabe como é fácil ter roupa com pêlos dos mesmos e que, muitas vezes, é quase impossível remover esses pêlos na totalidade, sobretudo em peças de fazenda!


É tudo muito bonito quando ainda não temos filhos e temos tempo para cuidar da roupa e da aparência. Ou, quando já os temos, temos ajuda para dedicarmos algum do nosso tempo a essas coisas. Que não é tão simples como parece: não basta lavar, secar e passar a ferro. Há sempre uma peça de roupa que precisa de um ponto, outra que precisa de ser apertada outra precisa de um elástico...e quem não se pode dar ao luxo de comprar novas peças de roupa ou calçado todos os meses, tem MESMO de cuidar do que tem.


Porque, embora eu não seja uma fashion victim, tenho brio e gosto de me apresentar como deve ser. E, decididamente, não posso continuar, com a minha idade, a ter o mesmo estilo que tinha aos vintes...






5 comentários:

  1. Ana, percebo-te. Eu também sou assim mais simples no vestir. E quantas vezes também me lembro exactamente do mesmo. Não é gastar dinheiro, e re-aproveitar o que tenho. Também não sou nada de me maquilhar, porque não tenho tempo, porque, porque. A verdade é que quando tenho esse tempo, as pessoas notam e faz a diferença.

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  2. Sabes o que eu acho, D. ? É um mal na generalidade das portuguesas: pomos tudo à frente e nós ficamos (quase) sempre em último lugar. Fomos, de certa forma, ensinadas a encarar o cuidarmo-nos como vaidade e futilidade...e depois grangeamos fama de mulheres desinteressantes - coisa que não somos, de todo!
    Já é altura de começarmos a olhar para nós com mais atenção e darmo-nos o mimo que merecemos!

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  3. Ana, eu também tenho esses "conflitos" interiores.
    Também sou de vestir as mesmas peças de roupa que vestia aos 20 e tal,(bem...as que ainda me servem :( ) e diariamente nem penso no que estou a fazer.
    Mas há sempre aqueles dias em que, na cabecinha, aparece um macaquinho que diz: "Achas que isso ainda te fica bem? Olha que já não tens 20's. Agora és uma mulher casada e mãe!"

    Mas depois penso, nunca fui de me empiriquitar, não faz parte de mim!
    Não ando sempre no cabeleireiro, não me maquilho (também não faz mal, para bem da saúde dermatológica :P), não ando sempre nas lojas a comprar roupa (nem gosto).
    Saio limpa e apresentável, para mim é o quanto baste (se calhar por isso, as pessoas que me conhecem desde pequena, dizem-me que tenho a mesma carinha de criança - sabe bem ouvir isto aos quase 33 anos :P)
    Tenho um marido igual, que não liga a modas.
    Lá está, vestirmo-nos para os outros é mesmo isso, para os outros!Acho que temos de viver ao nosso modo! Se eu não ligo a essas coisas, porque hei-de mudar só para agradar aos outros?!

    Claro que o dress code no trabalho é lixado e exigente!
    Dou o exemplo dos comerciais "porta a porta", que muitas vezes só ganham se fizerem contratos e é-lhes pedido um fato!
    Quantos, no começo, não têm dinheiro para o tal fato?!

    Enfim...a minha mãe repete muitas vezes este versículo:
    Eclesiastes 1:2: “Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.”
    Tudo é vaidade...

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  4. Kyla, para uma pessoa andar apresentável não precisa de se empiriquitar. Sou da máxima que o "menos é mais". Mas também não devemos andar desleixadas, com roupa mal cuidada, ou vestir o que vem à mão.
    E andar maquilhada não é pôr montes de base, ou andar tipo palhaço. Eu maquilho-me, não coloco base. Apenas sigo os meus cuidados, limpo a pele, aplico creme de dia e depois o pó compacto, traço com o lápis o contorno superior e inferior dos olhos e um pouco de rímel. Depois, um brilho discreto nos lábios e já está. Quase nem se nota!

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  5. Mas lá está.
    Fazes isso porque gostas e já tens o hábito.
    Se calhar não consegues ver-te de outra maneira (sim, porque há pessoas que já não se conseguem ver sem maquilhagem!)
    Eu gosto de me maquilhar para eventos especiais, tal como casamentos...de resto ando mesmo ao natural!
    São opções!

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